(PQ-CC) Química da ginjinha e do moscatel



A chegar à Sé-Velha, vindos da baixa, passamos por um letreiro sugestivo com indicação de ginjinha e moscatel. Tratam-se de duas bebidas alcoólicas com percentagens em volume de álcool de 17-20%, sendo a ginjinha um licor enquanto o moscatel é um vinho licoroso.

O licor de ginja, ou ginjinha, é obtido por maceração prolongada da ginja (fruto da Prunus cerasus L.) numa solução hidroalcoólica (aguardente vínica ou etanol, não o que é obtido nas farmácias que tem aditivos que o tornam inapropriado para essa função, em água), em quantidade suficiente para que o grau alcoólico fique cerca de 18% após a adição de uma calda açucarada. O sabor ácido das ginjas e da ginjinha provém do ácido málico (no lado direito) que este fruto tem em razoável quantidade Uma parte do sabor característico, em especial da ginjinha de Óbidos vem do aldeído cinâmico (no lado esquerdo) responsável pelo sabor e odor a canela.

O vinho licoroso moscatel é obtido a partir de uvas com uma percentagem elevada de castas moscatel. Na fase inicial da fermentação das uvas, adiciona-se aguardente vínica, geralmente a 77%, na quantidade necessária para que o grau alcoólico do vinho fique cerca de 18%. Posteriormente passa-se para a fase de maceração que pode atingir os seis meses.

Para saber mais:

Maria Luísa Alarcão-e-Silva e Alberto de Alarcão, Características fisico-quimicas e utilizações agro-alimentares da cereja e da ginja

António Ramos, Ginja de Óbidos e Alcobaça. Um produto tradicional a defender e preservar

Infovini, Moscatel de Setúbal

[versão preliminar de 30 de Setembro de 2010; com alterações de 6 de Outubro de 2010]

Sem comentários:

Enviar um comentário